
De longe se avista a bola vermelha que sai quicando rapidamente pelo asfalto como se fugisse do garoto que stá na calçada. A bola, para ele, era naquele momento a única representação de felicidade, já que dentro da sua casa há poucos minutos ele havia presenciado uma briga terível entre seus pais. Sua vida até poucos meses era tranquila, mas não sabia porquê, estes últimos tempos estavam difíceis. Na verdade nem queria saber. Queria sim, retomar a bola que, descuidado, deixou escapar das suas pequeninas mãos.
Um criança é impulsiva. Age de acordo com o seu querer e sem ponderar consequência alguma. Correu atrás da bola. Atravessou a rua desenfreadamente até que o susto de uma buzina o fez parar. Não ouve nada com ele, mas o susto o deixou aos prantos. Aos gritos, porque não dizer assim!
A mãe escuta o choro e corre. Ao chegar na calçada vê o garoto sozinho no meio da rua, pois o carro já havia ido. Com um instinto materno incomun para aqueles sofridos dias, ela corre e o abraça no meio da rua mesmo. Pergunta-o por qual motivo ele fez isso.
- Não sei - respondeu chorosamente - só queria minha bola.
O pai também vem do interior da casa. Dentro de milésimos de segundo ele exita... mas também vai ao encontro do filho. Naquela hora, onde os três estavam abraçados no meio da rua. Para o menino, parecia que nem um tanque de guerra os poderia derrubar. Sensação de segurança.
- Que bom que eu corri! Pensou o garoto. Isso fez meus pais me abraçarem.
Voltou pra dentro de casa com a certeza de que sua família estava ali. Completa.
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