8 de fev. de 2010

Eu que não sei quase nada do mar...

Olhando ao meu redor não vejo ninguém. Olhando atrás de mim há um mundo à minha espera. Olhando a frente existe o mar. Existe o mar, só ele.

Suas ondas me são mistério. Sua profundidade me atiça e me encanta. Me chama como a um marinheiro que passou dias em terra firme. Que sente saudades do lar. Mas então me vem a afirmação: “eu que não sei quase nada do mar...”

Este trecho de uma canção composta pela Ana Carolina e Jorge Vercillo me veio a mente em um momento bastante propício. E ainda me chama mais atenção a frase que se segue: “descobri que não sei nada de mim.”

Quantos mistérios há em mim? Serei eu mais profundo do que o mar?  Ah, sim... a profundidade do se humano é imensamente maior. Existem pontos em que mergulhador algum com equipamento que seja não consegue chegar. O ser humano em sua obscuridade silenciosa se fecha, e por mais que queira se mostrar, as suas ondas turvas não permitem. É proteção natural. É pra não machucar.

E continuo lá, vendo o mar e ele me vendo. Suas ondas continuam a me chamar e minha profundidade continua a se esconder. O vento que bate no rosto traz a brisa, o cheiro e remete a coisas boas que se foram... que as ondas levaram e enterraram na liquidez do passado.

Mas o meu ser, de sua fenda abissal continua lá, permitindo-se olhar...

“Eu que não sei quase nada do mar,
Descobri que não sei nada de mim...”

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