12 de jul. de 2010

A menina que estava na porta da casa amarela

A menina abre a porta.

O sol está quente como de costume. A região onde ela mora é sempre quente e, quando chove, o céu desmorona. São raios, trovões e aquele “bafo” que sobe do solo fazendo qualquer um adoecer. Mas naquele dia não chovera e tampouco choveria. Eram quase dezesseis horas e o sol ainda estava com força brilhando.
A casa era simples. Pintada com cal amarelo já estava meio desbotada e as portas azuis contrastavam lembrando um pouco o padrão canarinho. O terreiro na frente era amplo e coberto de barro vermelho. Logo após o espaço havia a igrejinha do vilarejo que naquela hora estava fechada.
 O nome dela não sei, mas aquele segundo me admirou e chamou atenção. Seus cabelos pretos amarrados e sua roupa branca eram singulares. Não sei se blusa ou vestido, pois estava debruçada naquelas portas divididas olhando para não sei onde e esperando não sei o quê. Mas ela olhava... ela esperava...
E o sol já estava se alaranjando, sombras já se faziam no terreiro e uma moto passa rápida, assustando a menina que ainda na porta, agora trançava seus cabelos. A calmaria daquele lugarejo é impressionante. O tempo passa lento e o dia demora para se findar. Ela volta para dentro e agora seu destino é para mim incerto. Uma imagem que se fixou e não sei se tornarei a ver a muito menos chegarei a conhecer, a menina que estava na porta da casa amarela.

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