O que a insônia traz de bom

Nunca fui ruim de cama. Calma aí, não é o que parece! Falo no sentido do sono... de dormir. Sempre dormi bem e nunca tive problemas com insônia. Muito ao contrário, meu sono era pesado demais e, como fala minha mãe, a banda tocava no meu quarto e eu apenas ouvia um sorrateiro zumbido de pernilongo. Só que nos últimos dias passei por uma experiência inédita. O grande amigo das noites (o sono) demorou a chegar e por alguns dias cheguei a dormir quando já estava próximo do sol raiar.

Como sofro de ansiedade, confesso que não foi fácil deitar na cama, olhar pro teto e não sentir sono... bolar de um lado para outro, ver TV, mexer no computador e nada. Só que este pobre insone de primeira viagem recebeu um grande presente nestas solitárias madrugadas. Comecei a ler uma clássica obra de Miguel de Cervantes, “O engenhoso fidalgo – Dom Quixote da Mancha”. No início pensei em ler algo clássico para poder dar sono, mas na verdade aprendi muito com este clássico que diverte e inspira. É... às vezes perder o sono faz bem!

Falo isto de brincadeira, pois os estudo mostram a necessidade de uma boa noite de sono pra saúde. Só ressalto que em meio à minha ansiedade para dormir, encontrei algo que me fez bem. E agora fica a cobrança que me faço: por que não ler estas ricas obras mesmo em dias normais? Vivendo, não dormindo, e aprendendo!