27 de ago. de 2008

CHUVA


Meu casaco de imitação de couro tem um comportamento interessante debaixo da chuva: quando a água cai, pequenas gotas ficam brancas. Não sei porquê. Motivo de me fazer rir quando estou no ponto de ônibus esperando aquele que me leva todos os dias às 07:40 para o meu trabalho. Hoje me atrasei e não sei se irei pegá-lo, talvez não. Provavelmente não.

Um rapaz de bicicleta passa por mim assobiando uma música do Paralamas. Seu semblante é de felicidade apesar de estar na chuva andando de bicicleta com algumas ferramentas de pedreiro no "bagageiro". Deve estar iniciando o seu dia de trabalho. Logo já percebo o motivo do seu assobio: ele tem um trabalho para onde ir! Certamente sua família deve ter ficado em casa. Me pergunto se tem filhos. Pelo aspecto de responsabilidade e de batalha diária creio que sim.

A bicicleta passa... o pedreiro passa... meu ônibus não passa...

Fico ali enxugando as gotas brancas e divertidas do meu casaco e com a mente a mil pensando no que me espera quando chegar no meu trabalho. Hoje o dia promete ser cheio. Gosto disso! Me sinto útil! O trabalho me faz bem.

Porém, maior que o meu desejo de cumprir minhas tarefas diárias é que o ônibus apareça e eu possar chegar logo no trabalho para limpar estas gotas brancas que teimam em surgir. Nunca mais compro um casaco desses!

Um comentário:

  1. O dia-a-dia muitas vezes nos faz perder o costume de observar e analisar as coisas que acontecem ao nosso redor, perdendo o costume tambem de agradecer e ser feliz, nos maltrando por causa de um onibus atrasado, que chega a tirar ate mesmo o humor e p o brilho dos nossos olhos.

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