
- Me libertei! Disse o santo com um ar entusiasmado e ao mesmo tempo temeroso.
Olhava o sol pela janela no crepúsculo do dia. Aos poucos a sombra da parede ia encobrindo seu rosto e conseqüentemente, o brilho dos olhos que avistavam o horizonte ia desaparecendo coberto pelas mesmas sobras. Chegava a noite. Voltava a solidão. Tentava dormir logo para poder passar rápido aquele período.
Porém, o jovem santo chegou um dia a questionar-se da verdadeira necessidade da clausura. Entendeu que o “ser santo” não dependeria do seu isolamento do mundo, mas sim da diferença que ele faria em meio a ambientes hostis e pesados. As paredes não poderiam conter a vontade de viver, se relacionar, comunicar, noticiar... aprender. Afinal, só sabe-se que a laranja é doce ou azeda quando prova-se dela.
Resolveu-se. Arrancou as chaves de suas próprias mãos e abriu a porta. Desta vez o sol bateu com mais força em seu corpo. Seu olho brilhou mais forte do que brilhava com a turva luz da janela. Observou ao redor e surpreendeu-se. Sentiu-O bem mais perto. Em uma sociedade cada vez mais massificada, realmente havia muito espaço e oportunidade para fazer a diferença. Não nega que assustou-se.
Voltou-se para trás, calçou o chinelo, colocou um óculos escuro para proteger-se do que não queria ver. Fechou a porta da clausura, olhou para o antes longínquo horizonte.
Colocou seu sorriso e preparou-se para o porvir.
Primeiro passo dado.
ISSO É O QUE CHAMO DE PODER LITERÁRIO...SENSIBILIDADE APURADA E PEITO ABERTO PARA O INFINITO MAR DA INSPIRAÇÃO
ResponderExcluirNossaaaaaaaaaaaaaaaa!!!! kkkkkkk
ResponderExcluirPra fazer a diferença precisa tirar os óculos e encarar o sol, se não tem coragem... é melhor a clausura mesmo
ResponderExcluirFomos feitos para o mundo, mas não somos do mundo. Estamos aqui por alguma razão, para realizar algo e a fé é testada no dia-á-dia.
ResponderExcluirEstá sumido, escreva mais.