9 de set. de 2009

O OLHAR

















Distraído estava, sonolento até...

Mas existem coisas que acordam da inércia,
Que tiram o automatismo,
Que chamam a atenção
E chamam à atenção.

Um olhar, e só.
Mas não se pode dizer “só” deste olhar,
Ele é mais profundo do quem um “só”
Tão incisivo que não se pode definir

Olha

Brilha
Intimida
Admira
Sufoca
Consome.

Um olhar vitral, que transparece o que não se pode entender
Que ensoberbece, excita, constrange, acalma...
Tal como o mar, tal como os ventos
O peito do observado se contorce, mas gosta.

E ela continua a olhar, a tocar, a apaixonar.

Dedicado a um olhar que nunca há de se perder nos recôndidos da minha memória.

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