Nos meus poucos posts deste ano, notei que havia algo em comum. Um mesmo cenário para minhas tímidas e cotidianas histórias: a rua.
Seja ela a de casa, a do trabalho, ou alguma desconhecida, não é cenário apenas de histórias minhas. A rua em seu receptáculo ilimitado, contém diversos fatos que nunca vimos, ouvimos e presenciamos. Quantas pessoas passaram por ela chorando? Quantas alegrias também já não foram vividas em seu seio? Quantos crimes? Quantos atos bondosos, de gentileza?
O fato é que, silenciosamente o barulho do movimento inerte, abafa e esconde os segredos. Em dias de sol ou chuvosos ela acolhe, esconde... é cúmplice, é confidente... é ouvinte.
Eu mesmo já tive meus dias de segredo com a rua. Já chorei e corri atrás de soluções por ela. Já sentei-me e esperei seu conselho, a dádiva que ela envia em meio ao cotidiano e que por desatenção, deixamos seguir o fluxo de sua corrente sanguínea. Sim, há uma corrente sanguínea nas ruas! O fluxo lhe é variado, mas a vida circula, morre, renasce, lima suas dores.
Uma pequena homenagem àquela que não muito lembrada, cumpre sempre seu papel. E que está lá, calada, observadora, viva.
O símbolo da metrópole, o enigma da pós-modernidade, não há signo que melhor defina esse frenesi dos nossos tempos do que a RUA. Acredito que compartilhar segredos, certamente é uma das características que lhe são peculiar.
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